domingo, 21 de abril de 2013

Estugarda - Parte 1

Demorei mais tempo a preparar este post do que eu queria. Devido a ser um pouco grande, vou dividi-lo em duas partes.

Entre dia 2 e 9 de Abril estivemos em Portugal e como o vôo era com origem em Estugarda, aproveitámos e estivemos dois dias por lá a visitar.

Estugarda é a capital do Estado Baden Württemberg e a sexta maior cidade da Alemanha. Está em 30º lugar nas melhores cidades do Mundo para se viver, sendo a sétima melhor na Alemanha (Indice de qualidade de vida Mercer http://en.wikipedia.org/wiki/List_of_cities_by_quality_of_living). É uma cidade que apesar da sua grande indústria (Daimler-Chrysler, Bosch, Porsche, Alcatel, entre outras), tem uma enorme variedade de vales e regiões vinicolas. Foi a cidade onde os Reis de Württemberg residiam e onde foi inventado o motor de combustão interna por Gottlieb Daimler.

Partimos para Estugarda no dia 31 de Março de comboio (Altenstadt-Ulm-Estugarda), durando a viagem cerca de 2 horas no total. Como já referi, quando visitámos Munique, aqui existem bilhetes de região (entre outras ofertas) em que se paga um valor fixo para uma pessoa e por cada pessoa a mais, até um máximo de 5, pagam 4€/cada. Para além de ficar bastante em conta, caso sejam mais que um, podem viajar em toda a região durante um dia, em todos os transportes, excpetuando os ICE ("TGV alemão"). Vale a pena comprar este tipo de bilhetes, porque a rede de transportes públicos é enorme e muito bem organizada. Caso se queira comprar apenas bilhetes individuais, estes ficam bastante caros. Nós como estamos apenas separados por um rio da região de Baden Württemberg, tivemos de comprar o bilhete até Ulm (cidade pertencente a esta região) e depois ai utilizámos o bilhete regional. Só pela viagem de 30km até Ulm, dois bilhetes foram 9,60€..

Caso um dia visitem a Alemanha, fiquem com o website da rede de comboios da Alemanha DB Bahn. No separador Offers, existem vários bilhetes especiais com descontos.


Saímos de Altenstadt e estava a nevar mas em Estugarda estava apenas nublado. Como já tinhamos pago pelo bilhete especial que nos dá acesso a todos os transportes da cidade, decidimos ir visitar primeiro os sitios que ficam mais fora da cidade. Pode-se comprar um bilhete de Estugarda, Stuttcard (substituiram Stuttgart por Stuttcard, pormenor engraçado) por 9,70€ e que dá acesso aos transportes, mais descontos em museus (pode-se ver no separador Map no link em baixo), durante um dia. Caso queiram 3 dias fica em 22€.



Chegámos a Estugarda na icónica estação central de Estugarda, Hauptbanhof (Hauptbanhof existe nas cidades alemãs e significa estção centrall). A apenas uma estação de metro, situava-se o hotel onde ficámos instalados. O hotel ficava a apenas 200m da estação de metro (o que se prova muito útil aqui nas cidades alemãs). Como o check in era apenas às 14h e nós chegámos lá às 11h, deixámos as malas no hotel e começámos o nosso roteiro.

Decidimos ir a pé até ao centro de turismo de Estugarda, do outro lado da Hauptbanhof. A foto em baixo foi tirada no dia a seguir, no qual já fazia melhor tempo.


Decidimos começar a rota, pela Hauptbanhof, subindo à torre que na foto está com o simbolo da Mercedes no topo. O interior da estação Hauptbanhof é bastante antigo mas muito bem tratado, vale a pena dar uma vista de olhos.


A subida ao topo da torre estava impedida na altura em que fomos, devido a ter nevado na semana anterior. A torre tem vários andares e em cada andar estava uma pequena exposição sobre o Stuttgart 21.

O Stuttgart 21 é um projecto que tem vindo a dar muito que falar aqui na Alemanha. O projecto foi anunciado em 1994 e só começou a ser construido em Fevereiro de 2010. Este projecto levou a intensos debates e manifestações, devido aos seus custos, reais beneficios e preocupações geológicas e ambientais. A Hauptbanhof tem um defeito que faz com que se atrase os comboios que vão para o resto do Sul da Alemanha, que é não ter saída. Para se ir para Este, o comboio tem que primeiro voltar um pouco atrás para Oeste e só depois começar o caminho para Este. Este atraso chega a ser de 30 minutos a mais, dependendo do destino, o que leva também a maiores gastos energéticos e desperdicio. O custo deste projecto é bastante avolumado pois tem que se fazer enormes túneis por dentro da cidade, tendo sido o valor inicial de 5,4 mil milhões de Euros, tendo já derrapado para 6,5 mil milhões de Euros! Houve enormes manifestações de contestação, pela destruição de parte da estação e pela continuação deste projecto, tendo a policia atacado os manifestantes com gás-pimenta, bastões e jactos de água. Estes últimos eram tão potentes, que cegaram pessoas. Na foto em baixo podem ver uma parte do local onde irá ser erguido este projecto.



Parte da exibição na torre de Estugarda. Na foto pode-se ler "Ein Blick in die Zukunft" (Um brilho no futuro).


Uma maquete deste projecto.


Impedidos de visitar o topo da torre da estação, decidimos ir visitar a icónica torre de TV de Estugarda "Fernsehturm Stuttgart". Foi a primeira torre de televisão construida em cimento e aço do Mundo. Foi construida entre 1954 e 1956 e tem uma altura de 216,8m. Para nosso grande azar, a torre foi fechada no dia 27 de Março (4 dias antes), devido a uma revisão dos procedimentos de segurança contra o fogo..Por enquanto permanece ainda encerrado. É uma pena, pois pode-se ter uma vista sobre toda a cidade, floresta negra e em bons dias até os Alpes, a cerca de 200km! O tempo também não era o melhor, por isso acabámos por não gastar os 5€/pessoa.



De seguida fomos ver o ponto alto do nosso dia, o Museu da Mercedes. A Andreia estava um pouco reticente em ir, mas até ela acabou por se render ao Museu. O Museu fica a cerca de 10 minutos a pé da estação e ao fazer o caminho passa-se pelas instalações do clube de Futebol de Estugarda. O Estádio Mercedes-Benz (como não poderia deixar de ser) é grande, mas nada comparado à Allianz Arena em Munique.


Apesar da arquitectura do museu ser espectacular, penso que a da concorrente da Baviera, BMW, é um pouco melhor.


A entrada no Museu é um pouco cara, 8€/pessoa, mas como eu ainda tenho o meu cartão de estudante de Portugal (apesar de já não estudar à 1 ano), paguei apenas metade do preço. O meu cartão é válido até 2015, por isso tenho de aproveitar hehe. A Andreia apesar de não ter cartão, o simpático senhor deixou-a apenas pagar metade.

A entrada do museu é tanto imponente como espectacular, tendo um misto de moderno com antigo.


É sugerido aos visitantes começar a visita no topo do edificio, para percorrer a história da Mercedes desde o inicio (topo) até ao final (base). À direita na foto, podem ver os elevadores do edificio. Antes de entrar no elevador, foi-nos sugerido uns auscultadores com um pequeno dispositvo, que em certos locais com um icone especifico, apontava-se carregando num botão, podendo-se ouvir um pouco da história sobre determinado carro, motor ou até aviões.


À saída do elevador somos deparados com uma escultura de um cavalo onde se pode ler na sua descrição "I do believe in the horse. The automobile is no more than a transitory phenomenom" (Eu acredito no cavalo. O automóvel não é mais do que um fenómeno transitório), por Imperador Wilhelm II. 


Ao entrar na primeira parte do museu, deparamo-nos logo com o o "Grandfather Clock" (Relógio de Pêndulo), primeiro motor de combustão interna do Mundo, inventado por Gottlieb Daimler. A versão lá exposta, é a de um motor um pouco mais potente que o primeiro (1,1 cv).


O museu está cheio de carros e de história. A Mercedes foi parte determinante da história alemã, principalmente no pós-2ª Guerra Mundial.

Foi bastante complicado escolher as fotografias para este Museu, mas mesmo assim ainda inseri aqui bastantes.



Uma carrinha antiga de correios da Áustria.


Mercedes 300 SL coupé, originador das portas em forma de asa de gaivota (Gullwing).


A matricula deste carro chamou-nos à atenção..


A parte mais ambiental da Mercedes.


Para mim a melhor parte do museu, onde se podem ver os carros de corrida da marca, para modalidades tais como, Fórmula 1, DTM, entre outros.


Aqui uma máquina para simular o efeito de estar dentro de um fórmula 1. Pela entrada neste brinquedo tem que se pagar, penso que 8€ (não tenho a certeza absoluta do preço).


O espólio da Mercedes, em DTM e Fórmula 1.


Na foto abaixo estão carros de corrida um pouco mais antigos. Tais como os carros de corrida mais modernos, estes estão sobre uma estrada de alcatrão.


No final do Museu são mostrados os carros mais futuristas da marca, como por exemplo carros com painéis solares.


Aqui, um concept da marca de 2001, penso eu.


É uma pena que tenha ficado tanto por mostrar nas fotografias. Se tiverem a oportunidade de visitar este museu, não hesitem, mesmo que não sejam fanáticos por carros, vale a pena.

Nós visitámos o Museu em 2 horas, porque já estava a fechar, mas deu para visitar tudo. Penso que 2 a 3 horas chegam para se ver tudo com algum pormenor. Se se quiser ler e saber de tudo sobre o museu e o que é exposto, podem passar lá o dia inteiro, tamanha a quantidade de informação disponivel.

À saída do museu, estava outro carro com uma matricula bastante particular..


Depois de visitarmos o Museu, às 18h fomos ver o Lago de Max Eyth, um lago artifical localizado ao lado do rio Neckar. O tempo para o visitar não era o melhor, pois acredito que quando houver Sol a paisagem seja muito melhor. Ao redor do lago, existe um parque, onde se pode ver muitos patos que andam ao pé das pessoas sem medo. Existe uma ponte pedonal, de onde se pode atravessar o rio para se ir passear na região vinicola. Existem muitas rotas no meio desta região. 




Como já era um pouco tarde e havia muito vento, decidimos voltar ao centro da cidade. Passeámos um pouco pela cidade à noite.

Durante este semana vou tentar publicar a segunda parte deste post.

Um bom resto de fim de semana.

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